Por Nicholas Meira
O papel de um gestor de equipes torna-se especialmente desafiador nos momentos de transição entre anos. Ao final do ano, é fundamental garantir que as metas estipuladas no início do ano ou no decorrer dele sejam alcançadas ou, ao menos, que o progresso seja maximizado durante o ano que passou. Paralelamente a medição de resultados, é hora de planejar o futuro, alinhando os objetivos de 2025 com a realidade do mercado, os recursos disponíveis e a visão estratégica da organização. Para isso, compartilho aqui com vocês o que, na minha visão, é um conjunto essencial de habilidades que um gestor deve dominar para liderar sua equipe com eficiência e inspiração.
1. Comunicação clara e eficaz
A comunicação é a base de qualquer processo de liderança. Durante o fechamento do ano, o gestor precisa transmitir de forma clara as metas remanescentes, os prazos e os indicadores de desempenho para cada uma das metas. Além disso, é essencial fornecer feedbacks construtivos, baseado em dados, tanto individuais quanto coletivos, para manter todos alinhados e motivados.
Para o planejamento de 2025, a comunicação ganha um papel estratégico. O gestor deve compartilhar a visão da empresa, ouvir as sugestões da equipe e promover um ambiente de troca de ideias, sendo a capacidade de transformar estratégias complexas em ações concretas e compreensíveis um diferencial neste momento tão complexo.
2. Planejamento e organização
O planejamento eficiente, utilizando-se de metodologias, cronogramas e até mesmo de ferramentas de gerenciamento é vital para que as metas finais de um ano sejam cumpridas. Um gestor organizado sabe priorizar tarefas, delegar responsabilidades e acompanhar o progresso sem se perder nos detalhes.
Ao pensar nas metas para 2025, o planejamento deve ser ainda mais abrangente. Isso inclui a definição de metas SMART (específicas, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e com prazo definido), a previsão de recursos necessários e a criação de planos de contingência para lidar com imprevistos, que certamente aparecerão pelo caminho, principalmente neste momento de discussões sobre a reforma tributárias e seus impactos no negócio.
3. Inteligência emocional
O final de ano é um período de pressão, e a inteligência emocional do gestor faz toda a diferença. Saber lidar com o estresse, com as inúmeras legislações “surpresa”, gerenciar conflitos e manter a equipe engajada mesmo diante de desafios é essencial neste momento. A empatia é outra característica crucial: compreender as dificuldades individuais dos membros da equipe e oferecer suporte personalizado contribui para um clima organizacional positivo e um ambiente saudável dentro da equipe.
Ao planejar o ano seguinte, a inteligência emocional ajuda o gestor a compreender os diferentes perfis de sua equipe, identificando pontos fortes e áreas de desenvolvimento de cada um de seus liderados ou lideradas. Isso permite distribuir responsabilidades de forma equilibrada e promover o crescimento profissional de todas as pessoas envolvidas.
4. Foco em resultados
Um bom gestor sabe equilibrar a pressão por resultados com o bem-estar da equipe. Para garantir o cumprimento das metas do final de ano, é necessário manter o foco nos indicadores-chave de desempenho (KPIs) e criar um senso de urgência, sem comprometer a qualidade do trabalho.
No planejamento de 2025, o foco em resultados se traduz na definição de metas claras e desafiadoras, mas atingíveis. O gestor também deve estabelecer mecanismos de monitoramento que permitam avaliar o progresso de forma contínua, ajustando as estratégias ao longo do percurso sempre que necessário.
5. Habilidade de delegar
Nenhum gestor consegue atingir resultados sozinho. A delegação eficaz é uma habilidade fundamental para distribuir responsabilidades de acordo com as competências de cada membro da equipe. No final do ano, delegar tarefas é essencial para que as atividades sejam concluídas dentro do prazo, principalmente dado o alto volume de pessoas da equipe em férias e a pressão contínua por resultados nesta reta final do ano que se finda.
Ao estabelecer metas para 2025, o gestor deve envolver a equipe no processo, distribuindo funções relacionadas ao planejamento e à execução das estratégias. Isso aumenta o engajamento e cria um senso de corresponsabilidade pelos resultados, o que certamente trará mais resultados e manterá a sua equipe engajada.
6. Capacidade de tomada de decisão
Para nós, tributaristas, é mais que comum que no fechamento do ano surjam situações inesperadas que exijam decisões rápidas e eficazes, como por exemplo novas legislações e fiscalizações inesperadas. Um gestor preparado deve saber analisar cenários, pesar riscos e escolher o melhor curso de ação antes de compartilhar a decisão com a alta diretoria, mesmo sob pressão.
Para 2025, a tomada de decisão requer uma abordagem mais estratégica. Isso envolve considerar dados de mercado, análises financeiras e feedbacks internos para definir prioridades e alocar recursos de forma inteligente, buscando sempre aproveitar as habilidades de cada pessoa da equipe da melhor forma possível.
7. Inspiração e liderança motivadora
A capacidade de inspirar é o que diferencia um gestor comum de um líder excepcional. No final do ano, manter a equipe motivada é essencial para superar os desafios finais e concluir os projetos em andamento. O reconhecimento dos esforços da equipe, seja por meio de elogios, recompensas ou celebrações, é uma ferramenta poderosa.
Para 2025, o gestor deve atuar como um agente de transformação, transmitindo confiança e entusiasmo em relação aos objetivos superados e também com os futuros. Um líder motivador consegue alinhar os objetivos individuais dos membros da equipe com as metas organizacionais, criando um senso de propósito compartilhado.
8. Capacidade de adaptabilidade
O mercado é dinâmico, e os desafios mudam constantemente. No fechamento de ano, é comum que ajustes de última hora sejam necessários para lidar com imprevistos. Um gestor adaptável reage a essas situações com agilidade e criatividade, garantindo que os resultados sejam alcançados.
No planejamento de 2025, a adaptabilidade é fundamental para lidar com incertezas econômicas, avanços tecnológicos e mudanças no comportamento dos consumidores. Um bom gestor antecipa tendências e ajusta as estratégias sempre que necessário. Mas como fazer isso? Particularmente, gosto de me manter em contato com profissionais da área e que vivem o mesmo mundo tributário que vivo. Nestes grupos de networking recebo notícias em primeira mão, tenho as minhas dores compartilhadas e consigo me manter atualizado nas legislações e também nas tendências de mercado para a área tributária, obviamente, sem esquecer de estar por dentro das novas tecnologias, as quais são fundamentais para os nossos resultados.
9. Visão sistêmica
Por fim, um gestor eficaz precisa ter uma visão sistêmica, compreendendo como as diferentes áreas da organização se conectam e impactam os resultados globais. No final do ano, essa habilidade permite identificar gargalos e oportunidades de melhoria, maximizando o desempenho da equipe.
No planejamento de 2025, a visão sistêmica ajuda o gestor a alinhar as metas da equipe com os objetivos estratégicos da empresa, garantindo que todos estejam trabalhando em direção ao mesmo propósito.
Conclusão
Ser um gestor de equipes eficaz durante o fechamento das metas de final de ano e o estabelecimento de metas para o ano seguinte exige uma combinação de habilidades técnicas e comportamentais. Comunicação clara, planejamento, inteligência emocional e foco em resultados são apenas algumas das competências necessárias para enfrentar esses desafios nesta tão turbulento período.
Ao dominar essas habilidades, o gestor não apenas garante o cumprimento das metas atuais, mas também constrói uma base sólida para o futuro, inspirando sua equipe a alcançar novos patamares em 2025 e além.
E você, como se preparou para este final de ano e como está se preparando para o estabelecimento das metas para o ano que se inicia daqui alguns dias?
Nicholas Meira é gestor de tributos na Philip Morris Brasil e presidente na Comunidade Power Tax Brasil, uma comunidade tributária com mais 150 tributaristas, que representam mais de 80 empresas de diversos segmentos de mercado. É casado com a Bruna e pai da Laura. Atua na área de Tax por mais de vinte anos, com passagens por multinacionais líderes em seus segmentos de mercado, tendo atuado nas áreas de tributos diretos, indiretos, tributação de folha, TP, tributação internacional e outras frentes.
Os artigos escritos pelos “colunistas” não refletem necessariamente a opinião do Portal da Reforma Tributária. Os textos visam promover o debate sobre temas relevantes para o país.
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