Para o setor automotivo, o Imposto Seletivo sobre carros vai contra a sustentabilidade

Se eu quero descarbonizar o planeta, eu tenho que estimular a troca da frota; o carro antigo polui muito mais, diz presidente da associação de montadoras
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Carros via FreePik

A incidência do Imposto Seletivo sobre veículos vai contra a ideia de sustentabilidade na avaliação da associação que representa as montadoras, a Anfavea. O argumento: o tributo a ser criado com a reforma tributária tem o objetivo de desestimular o consumo de produtos nocivos à saúde, como o tabaco.

Só que taxar carros mais eficientes e que poluem menos estimula a consumidor a continuar com carros velhos e mais poluentes.

“Se eu quero reduzir, descarbonizar o planeta, eu tenho que estimular a troca da frota; o carro antigo vai emitir mais”, disse o presidente Anfavea, Márcio de Lima Leite, em entrevista à imprensa em Brasília.

Nós não queremos afastar a troca, a renovação da frota, independente da tecnologia, seja ela qual tecnologia for. Nós devemos estar fora do Imposto Seletivo, porque seria uma contramão de tudo que se pensa em termos de sustentabilidade”, justificou.

Ele disse ainda que todo o esforço da sociedade tem sido para reduzir o preço do automóvel para ter uma maior venda nesses automóveis. Por quê? Um veículo usado, ele emite 23 vezes mais CO₂ do que um veículo novo, completou.

Relator quer imposto escalonado

O relator da regulamentação da reforma, o senador Eduardo Braga (MDB-AM), quer incluir em seu parecer uma “escadinha” no Imposto Seletivo sobre automóveis. Segundo ele, o objetivo é atenuar a cobrança sobre os modelos elétricos e híbridos.

O elétrico terá uma determinada oneração; o híbrido outra; e a combustão, a oneração plena, afirmou o senador em entrevista à imprensa.

Mercado em alta

O setor divulgou que a produção de agosto foi melhor desde 2019, ou seja, superou o patamar pré-pandemia (+5,2%). Há um destaque para a exportação de veículos para outros países, com destaque para a Argentina, que reduziu tarifas sobre os carros brasileiros.

A produção local bateu 1,2 milhão no acumulado de janeiro a agosto de 2024.

Houve uma redução nas taxas de juros, o que ajudou a melhorar o mercado de crédito –fortalecendo as vendas.

Por outro lado, o maior desafio da indústria local é com o aumento da importação de veículos, como os chineses.


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