Comitê do IBS: O que alegam os procuradores que pressionam por mudança

Fachada da Procuradoria Geral do Estado de S
Fachada da Procuradoria Geral do Estado de S
Fachada da Procuradoria Geral do Estado de SP – Foto: Reprodução via Apesp

Procuradores-gerais dos Estados querem ser incluídos no comitê gestor do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), grupo responsável pela gestão financeira e administrativa do novo tributo, resultado da unificação do ICMS (tributo estadual) e o ISS (municipal).

O comitê terá a missão de gerir mais de R$ 1 trilhão por ano. Os procuradores alegam que grupo ser composto, exclusivamente, por membros da administração fazendária. Ou seja, sem participação de advogados públicos dos estados. Serão ao todo 54 integrantes (leia a divisão no final do texto).

Abaixo, sabia os argumentos dos procuradores:

  • Evitar judicialização: “A complexidade exige a construção conjunta de um arcabouço legal que mitigue o contencioso, sob pena de comprometer os benefícios de simplificação da reforma tributária”;
  • Igualdade: “Uma das principais alterações está na composição do CG-IBS. Pela segurança jurídica da execução do IBS, é de fundamental importância que procuradores dos estados e outras carreiras de igual estatura constitucional tenham participação igualitária na formação do fórum multidisciplinar de decisão”;
  • Missão constitucional: “O artigo 132 da Constituição confere às procuradorias dos estados atribuições de consultoria jurídica e representação judicial das unidades federadas”;
  • Devedores: “É preocupante a proposta de aumento para 12 meses de inscrição dos débitos tributários na dívida ativa – atribuição exclusiva dos procuradores. A extensão do prazo dificulta a cobrança dos débitos e beneficia justamente os devedores contumazes“.

A campanha pelas mudanças no projeto que regulamenta o comitê gestor é feita pela Anape (Associação Nacional dos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal) e pela Conpeg (Colégio Nacional de Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito Federal).

O relator da proposta (PLP 108/2024) é o deputado Mauro Benevides (PDT-CE). O texto deve ser votado na próxima semana.

Orçamento bilionário

A União injetará R$ 3,8 bilhões para estruturação do comitê nos próximos anos, como mostra o infográfico abaixo:

Estrutura do comitê
REFORMA CRIA COMITe GESTOR PARA IBS
REFORMA CRIA COMITe GESTOR PARA IBS
  1. Conselho Superior;  
  1. Diretoria-Executiva;  
  1. Diretorias técnicas;  
  1. Secretaria-geral; 
  1. Assessoria de Relações Institucionais e Interfederativas;  
  1. Corregedoria; e 
  1. Auditoria Interna.  
54 integrantes
  • 14 integrantes eleitos com votos iguais para todos. 
  • 13 representantes eleitos com votos ponderados pela população. 
  • 14 titulares e 2 suplentes para cada titular. 
  • Apoio mínimo de 20% dos municípios do país. 
  • Pelo menos um representante de cada região do país. 
Atribuições do comitê

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