Por Redação
A reforma tributária é, hoje, o principal tema de atenção para os profissionais de relações institucionais e governamentais (RIG) no Brasil. De acordo com a 6ª edição do Anuário Origem, que coleta anualmente dados sobre o setor, 90% dos especialistas consultados consideram a pauta essencial para o futuro das empresas, que acompanham de perto o processo de regulamentação no Senado.
Segundo o levantamento, o impacto da reforma será significativo para organizações de todos os tamanhos, exigindo uma atuação incisiva para assegurar que as mudanças sejam aplicadas de forma equilibrada.
A aprovação da reforma tributária, considerada um marco regulatório, impulsionou o movimento de profissionais de RIG para garantir que os novos padrões beneficiem o maior número possível de setores e empresas de maneira justa.
Há uma preocupação explícita com as exceções na regulamentação, que podem levar a vantagens pontuais e reduzir a equidade do sistema. Para Rodrigo Navarro, presidente-executivo da Abramat, evitar tais exceções é fundamental para que a reforma resulte em um sistema tributário mais igualitário.
“A Reforma Tributária vai ter setores que vão ser mais ou menos impactados, mas no longo prazo culmina-se com a simplificação dos impostos e uma possível manutenção da carga, e é esperado que, para se chegar numa média, alguns aumentem e outros diminuam”, disse Navarro.
No cenário de disputas, observa-se um aumento na percepção da influência governamental, com cerca de 12 pontos percentuais a mais de profissionais, indicando que o impacto das políticas tributárias do governo pode ser tanto positivo quanto negativo.
Com a reforma, os setores corporativos devem se mobilizar para manter a integridade das novas regras, reduzindo a interferência que busca privilégios específicos. O acompanhamento constante de temas como a sustentabilidade e a inteligência artificial também ocupam lugar central nas atividades de RIG, consolidando uma nova agenda regulatória para o setor.
A pesquisa revelou, ainda, um crescimento na contratação de lobistas por empresas bilionárias, que já representam 79,4% dos profissionais contratados no mercado, além de uma ampliação da participação de multinacionais no segmento.
Preocupações
Com o ambiente regulatório em transformação e a crescente presença de desafios para grandes corporações, as áreas de RIG enfrentam um cenário de novas incertezas e demandas por uma atuação coordenada, especialmente em Brasília, onde as decisões devem influenciar diretamente a competitividade e a sustentabilidade dos negócios no país.