Claramente, temos a pior tributação de consumo do planeta, disse o coordenador geral do Encat

Luiz Dias de Alencar Neto apontou os desafios técnicos da reforma e o cronograma apertado até 2026
Luiz Dias de Alencar Neto, coordenador geral do Encat (Encontro Nacional de Coordenadores e Administradores Tributários Estaduais). - Foto: Thiago Santos via Governo de Sergipe
Luiz Dias de Alencar Neto, coordenador geral do Encat (Encontro Nacional de Coordenadores e Administradores Tributários Estaduais). – Foto: Thiago Santos via Governo de Sergipe

Por Redação

Durante o seminário “Reforma Tributária: panorama para União, Estados e Municípios”, Luiz Dias de Alencar Neto, coordenador geral do Encat (Encontro Nacional de Coordenadores e Administradores Tributários Estaduais), trouxe uma visão realista e detalhada dos desafios operacionais e logísticos que a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços). Com novos tributos previstos para entrarem em vigor em 2026, Alencar destacou que há muito a ser feito em um curto período de tempo.

“Está tudo em discussão ainda, os PLPs ainda estão sendo discutidos, poderão ter mudanças, algumas coisas não estão ainda deliberadas pelos estados ou pelos municípios.”

Implementação do IBS

  • Sistema operacional do IBS: “O desafio é gigantesco. É uma mudança completa, muito pouco dá para se aproveitar do que a gente tem hoje”, afirmou. Ele mencionou que o sistema atual terá de ser praticamente todo reformulado, com a criação de novos sistemas de arrecadação e fiscalização. “A gente mapeou em torno de 60 soluções, pode ser menos, pode ser mais, mas é muita coisa”.
  • Prazo curto até 2026: “Temos pouquíssimo tempo, pessoal. 2026 já está aí”, alertou. Ele destacou a possibilidade de flexibilização do início da cobrança do IBS, desde que as obrigações acessórias sejam cumpridas. “Não sei se vai ser esse o cenário, mas eu diria que seria um cenário mais tranquilo para mim pensar”.
  • Simplicidade: “Claramente, temos a pior tributação de consumo do planeta, e essa reforma vai trazer uma maior simplificação para o contribuinte”, afirmou. Ele ainda ressaltou que a simplificação não será completa, pois “não é a reforma dos sonhos, aquela dos livros que prescrevem o IVA sem exceções”, mas que a opção política foi pela reforma possível.
  • Cooperação: “Temos que fazer tudo com consciência, dialogando com os empresários, com as entidades, com os setores produtivos”, disse ele.
  • Implementação: Ele mencionou que, além de reaproveitar alguns documentos fiscais, o resto do sistema será novo. “Vamos aproveitar a Redesim, mas precisaremos de outras informações cadastrais e novos sistemas”, explicou.

Com o prazo até 2026 se aproximando rapidamente, Luiz Dias de Alencar Neto deixou claro que o sucesso da implementação do IBS dependerá de muito trabalho, cooperação e uma adaptação rápida do setor produtivo. “O desafio é gigantesco“.


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