Halloween tributário

Haverá uma corrida de 100m com barreiras (e muitas!) para fazer a implementação da reforma tributária, escreve Thiago Figo
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Por Thiago Figo

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Chegamos em outubro, mês de halloween e, até o momento, temos apenas os esqueletos da reforma tributária.

Muito ainda se assustam com alguns pontos, outros ainda visualizam um cenário de terror, mas fato é que não há a definição de um cenário completo, leia-se, efetiva regulamentação da reforma tributária, para sabermos se estamos diante de um filme de terror, digno do mês de outubro, ou um filme de suspense, cujo início causa tensão, mas o final agrada aos telespectadores.

A definição do roteiro, que num primeiro momento havia sido considerada urgente, neste mês, foi suavizada com a retirada do regime de urgência no Senado e, ao que parece, a definição deste roteiro virá apenas em 2025, pois já há indícios de divergência algumas cenas, o que deve implicar no aumento do debate e, quiçá, um retorno ao Congresso para revisar a versão analisada pelo Senado com sugestões de ajustes.

Com toda essa indefinição de roteiro e a estreia mantida para janeiro de 2026, a única certeza que temos, é que o espírito olímpico de 2024 será requerido, pois está parecendo que, apenas para não fugirmos da tradição, haverá uma corrida de 100m com barreiras (e muitas!) para fazer a implementação da reforma tributária.

Estamos em período de construção de orçamento para 2025 e o que mais vejo é uma grande incerteza de como será tratado o tema e qual valor será necessário para fazer os ajustes, principalmente em sistemas, para atender a implementação da RT.

Se o filme será de terror ou apenas de suspense, saberemos em algum momento futuro, mas já podemos garantir a pipoca, pois independente do gênero do filme, aos profissionais contábeis e tributário, a diversão estará garantida!


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Thiago Figo é Head of Tax and Legal na C&A Brasil. Com quase 25 anos de experiência profissional na área jurídica e tributária, trabalhou por quase 15 anos na PwC, onde teve a oportunidade de atender grandes empresas de diversos setores, como varejo, aeroespacial, consumo, automotivo, engenharia, dentre outros.


Os artigos escritos pelos “colunistas” não refletem necessariamente a opinião do Portal da Reforma Tributária. Os textos visam promover o debate sobre temas relevantes para o país.