Entenda tudo o que muda com a reforma tributária

O Congresso aprovou em 2023 projeto que altera as regras dos tributos sobre o consumo; implementação total deve ser feita até 2033
Da esquerda para direita: o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-PI); o presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Da esquerda para direita: o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-PI); o presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Da esquerda para direita: o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-PI); o presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os 3 estavam juntos durante promulgação do texto que altera os tributos sobre o consumo, em 20 de dezembro de 2023 – Foto: Pedro Gontijo/Senado Federal – 20/12/2023
  • Aumento de complexidade em alguns segmentos;
  • Perda de incentivos fiscais de ICMS a partir de 2029;
  • Aumento da necessidade de compliance e time técnico no decorrer da transição, já que serão sustentados dois sistemas tributários distintos de 2026 a 2032;
  • Impactos na cadeia de suprimentos e preços;
  • Necessidade de caixa e crédito por parte dos negócios;
  • Alteração do fluxo de comércio interestadual e da guerra fiscal, por conta da tributação 100% no destino;
  • Avaliação profunda da margem tributária nas entradas e nas saídas, com curva ABC (ferramenta gerencial que auxilia na organização e controle de estoque) para entender maiores impactos em: unidades da Federação, clientes, fornecedores, clientes, produtos e serviços;
  • Novo modelo de planejamento tributário com análise logística muito mais presente, a medida em que benefícios fiscais estaduais são reduzidos gradativamente.

Entra em vigor já em 2026. E a transição vai até 2033.

O governo e o Congresso estão fazendo os ajustes das regras neste ano por meio de 2 projetos de lei complementar: 

“Se sua empresa não se preparar, há grandes chances dela ficar menos competitiva, na medida em que o contrato não está revisado e preparado para a reforma, por exemplo; na medida em que os times não estão em sinergia com o tema reforma, as pessoas terão maior dificuldade para operacionalizar as novas estratégias.”

Se sua empresa não se preparar, há grandes chances dela ficar menos competitiva, na medida em que o contrato não está revisado e preparado para a reforma, por exemplo; na medida em que os times não estão em sinergia com o tema reforma, as pessoas terão maior dificuldade para operacionalizar as novas estratégias”

5. Split Payment

O split payment refere-se a um mecanismo de pagamento dividido no qual o valor pago por um comprador é automaticamente dividido entre o vendedor e as autoridades fiscais no momento da transação. Esse sistema é utilizado para garantir que a parcela correspondente aos impostos seja diretamente destinada ao governo, reduzindo a possibilidade de sonegação fiscal e melhorando a eficiência da arrecadação tributária.

Significa que o tributo pode ser pago no momento de comprar algo via Pix, cartão de crédito, TED ou boleto. O mecanismo não funciona, basicamente, via pagamento em dinheiro ou cheque.

O fornecedor, emissor da nota fiscal, terá como obrigação incluir no documento fiscal eletrônico informações que permitam tanto a vinculação das operações com a transação de pagamento.

Essas alíquotas distintas para IBS e CBS poderão ter novas referências para cada um dos 5.569 municípios, além das 27 unidades da Federação. Resultado: 22.277 alíquotas possíveis, nas contas da ROIT.

  • Ponto de atenção: há 13 tipos de “locais de destino” diferentes previstos em lei. Ou seja, complexidade ainda existirá para saber “onde” o tributo é devido.
10. Imposto seletivo
  • Ponto polêmico: inserção dos carros elétricos na base de incidência do IS durante a regulamentação aprovada na Câmara.
11. Desoneração de bens de capital

As empresas poderão dar foco na estratégia de prever compra de ativo, bens de capital, em 2026 ou 2027, em qual ano é melhor para o orçamento e para a eficiência de caixa da empresa –apontam dados da Calculadora da Reforma, da ROIT, que auxilia nessa análise.

  • Ponto polêmico: trava só para o ano de 2033 em diante.
15. Agronegócio

Conheça os pontos mais importantes para o agro:

  • Alíquota zero para itens da cesta básica: 22 alimentos que fazem parte cesta básica nacional terão alíquota zero, incluindo as carnes, feijão e arroz; 
  • Alíquota reduzida em 60%: 12 itens que ficarem fora da cesta básica nacional e que forem produzidos por empresas com receita anual acima de R$ 3,6 milhões terão alíquota 60% menor que a padrão em produtos agropecuários, pesqueiros, florestais e extrativistas vegetais in natura. Também os insumos agropecuários e alimentos destinados ao consumo humano também receberão o benefício;
  • Alíquota zero para produtor rural pessoa física: pessoas físicas que desempenhem atividades agropecuárias, pesqueiras, florestais e extrativistas vegetais in natura terão alíquota zero de CBS e IBS;
  • Isenção de IBS e CBS para produtor rural pessoa física com receita anual de até R$ 3,6 milhões: o produtor que recebe menos que esse valor anualmente poderá repassar o crédito presumido aos compradores de seus produtos;
  • Imposto seletivo: defensivos agrícolas (agrotóxicos) não farão parte da lista de produtos sobretaxados;
  • Isenção de IPVA: o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores não incidirá sobre aeronaves, máquinas agrícolas, tratores e barcos de pesca;
  • Tratamento diferenciado para cooperativas: permite instituição de regime específico de tributação para as cooperativas, o que ajuda a torná-las mais competitivas.
16. Zona Franca de Manaus

A ZFM (Zona Franca de Manaus) continuará com um tratamento tributário especial até 2073. Os produtos da região são isentos de IPI atualmente.

Com a reforma, o IPI continuará a incidir sobre as mercadorias similares às produzidas no Polo Industrial de Manaus.

17. Divisão do Comitê Gestor
  • Ponto polêmico: poucas empresas terão acesso real ao fundo, se o texto do PLP 68/2024 for aprovado com o texto atual, enviado ao Senado em julho de 2024. Motivo: foram criadas regras “extremamente burocráticas e de difícil acesso”, na avaliação de Caroline Souza. Segundo ela, há risco de o dinheiro R$ ficar com o governo e não com os contribuintes. 
23. Cashback: devolução de impostos
24. Tributação de heranças e patrimônio


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